Certa feita peguei o caminho de casa que me deu prum boteco e lá o Jonas estava. Me estranhei com a cena em que ele de pé batia boca com um sujeito do amarronzado e que mexia muito a mão pro lado. Daí por mim a desculpa tava dada quando entrei no boteco, pedi minha pinga e chamei na bicada. Porque ouvir a fala do Jonas Briga de Bar era que nem chover no meu aniversário: a gente sabia o que ia acontecer e ainda sempre se surpreendia quando caía a pancada. E já tava até demorando quando a palavra era Flamengo e o amarronzado insistia em chamar de Vasco e levantou da cadeira pra destilar a boca afora, até que o mundo resolveu botar a sua ordem e acabar logo com esse enrola:
- Você tá completamente errado! - Era a voz do Jonas. Agora chegou a hora.
- Ah, é? E por quê?
- Porque você é um filho da puta! - E vamo simbora!
E aí o Jonas voava no pescoço do coitad'o cara enquanto a pingaiada cantava o som bonito de um pouquinho da primeira vogal e muito mais da segunda. Depois o de sempre era que essa hora acabava e eu ia pra lá em casa contar pra preta e a gente dar risada.
Noutro dia eu passei no boteco e fui sentar com ele na bancada. E aí eu falei que lhe achava uma figura muito engraçada e ele que ia me encher de porrada, então eu fui embora e nunca falei mais nada. Êêsse Jonas era figura danada!
E triste mesmo é contar que num dia a coisa acaba e a gente tem que se amargar. Diz que num dia ele se meteu com um cara-navalha que lhe passou o fio e de filho da puta botou fim na história que era nossa pra gente contar. Era o fim do Jonas Briga de Bar.
Por Rufino Fernandes
Os bons morrem cedo...
ResponderExcluirmuito bom, só não gostei do final... O Rufino não devia ter matado o personagem, rs.
ResponderExcluir