"Não se nasce mulher: torna-se mulher."
Simone de Beauvoir, "O Segundo Sexo"(1949)
Gostaria de dizer que sou totalmente contra a brincadeira feita com a foto da mulher...A tal da brincadeirinha com a secretária gostosa. Radicalismo? Que seja então!
O que define uma mulher? Essa pergunta eu não ouso responder...
Posto hoje, de uma forma especial, e expondo uma opinião que muitas vezes prefiro guardar por ser um questionamento tão subjetivo que chego a me confundir. Hoje o que temos de comum, de natural... Principalmente nessa data mágica que é o carnaval?
Corpos nus... Corpos de mulheres! Esculturais e preparados para serem fotografados e servirem depois de “objeto de desejo” e “estímulos a punheta masculina”. Acordar de manhã e saber que o gênero ao qual faço parte é representado na mídia de massa por estes tipos, me faz respirar com graça o ar poluído, a fim de abreviar a existência...
E que existência? A mulher existe enquanto o ser “não homem”, enquanto “o outro”. Estas questões são levantadas de forma muito bela, profunda e com muito mais propriedade e menos ira por Simone de Beauvoir, em toda sua obra a questão da mulher enquanto ser é explorada e questionada.
Sua principal obra é “O Segundo Sexo” em dois volumes, livro o qual nenhuma mulher deveria deixar de ler. E um de seus romances que mais me tocou (dos que li) foi “A Convidada”, especial para as mulheres que se dizem livres e descoladas.
A pós-modernidade traz consigo máscaras e um humor que cuida de disfarçar e encobrir toda forma de opressão, muitas diriam: então põe a foto de um homem nu pra igualar!- De forma alguma devemos prezar pela opressão de ambos os gêneros, devemos sim lutar pela compreensão das diferenças sem hierarquia e nos aprofundar no “Ser Mulher”, nos questionando a cada dia qual nosso papel, lugar, lutas e conquistas.
É necessário afiar os olhos e as opiniões para não deixar reproduzir esse mal que quase ninguém mais vê.
